A CASA
No quarto havia uma janela atrevida. Dava para o exterior. Lá, onde se
respirava fresco.
Eu tentava ouvir todos os ruidos. Mais do que a motorizada que rugia em
fúria impertinente. Por isso levantei-me e dei um passo na direção da janela.
Antes...
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A CASA
No quarto havia uma janela atrevida. Dava para o exterior. Lá, onde se
respirava fresco.
Eu tentava ouvir todos os ruidos. Mais do que a motorizada que rugia em
fúria impertinente. Por isso levantei-me e dei um passo na direção da janela.
Antes de lá chegar, contudo, aconteceu algo de absolutamente inesperado: o
cortinado caiu-me em cima, e durante alguns segundos deixei de ver janela e
quarto, nem sequer ouvi os ruidos aflitos do mundo circundante.
Quando finalmente me libertei daquela imensa teia de rendilhados,
encontrei-me sentado num enorme jardim. Confesso que me assustei. À minha
volta, grande variedade de flores circulava livremente. Como se fosse gente.
O local, entretanto, estava silencioso. Não parecia o meu quarto. Era
como se eu estivesse a sonhar. Por isso tentei mexer os braços e as pernas.
Para meu espanto, consegui. Andei com cuidado, para não pisar nenhuma das
flores que andavam à minha volta. Cheiravam bem. Passavam por mim e eu
ficava bastante
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